Pulsa copiosamente, na mente, na alma e no corpo.
Nasce, brota, em pares e em frota; papo reto, ou verso torto,
Escorre e alaga, um excesso que não estraga; ferve e borbulha.
Incinera e encandeia, explode e incendeia, num segundo: numa fagulha.
Cresce, toma forma, se mantém, se transforma; vive em minha vida.
Estronda num tom diminuto, ricocheteia no peito, por só ter uma saída.
Numa conversa lunática, amistosa e simpática, toma conta de mim e minhas ações.
Num relampejar de olhos chuvosos, perco-me no choro, parto de versos: contrações.
E depois de momentos eternos, que ninguém nunca entende, vejo-a pronta,
Meu corpo ainda treme; minha mente esvazia e o coração se desmonta.
Tudo termina num ponto simples, final e derradeiro, na ponta da caneta fria.
Surge minha obra, como dobradura que se desdobra, simples folha enfeitada: Poesia!
A. HAFFIK
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