segunda-feira, 21 de março de 2011

Então ninguém te disse como seria?


Você teve  de ver ,e sentir,como é realmente!
Ver o mundo passar e com ele deixar de sonhar seus próximos abrir de olhos.
Achar que se pode ser tudo quando ser tudo é apenas ilusão pra buscar absolutamente nada,um vácuo moral e frio,sem esperança e vida, só dor e desgraça.
Pois mesmo com o céu sobre a cabeça ainda é possível se ver preso e não saber sinceramente se o que se quer  é o que realmente fará o caminho ser menos doloroso.
E dizem que a luz do dia e o tempo curam tudo! O tempo serve de castigo quando não se vive e a luz é só mais um momento pra mostrar o que se quer guardar e esquecer,mais uma chance de ver quão fraco uma pessoa fica quando tenta atingir seu interior e simplesmente não há na mente algo que responda e conforte.
O problema é olhar e não ver nos olhos da pessoa aquele amor retraído, saber que é impossível viver com e sem seu amor e não ser capaz de derramar se quer uma lágrima por isso. Sentir que se sua vida acabasse agora não haveriam histórias a serem contadas e sim um terrível lamento.
Notar que sua falta não seria notada culmina em mais dor a quem já vive em desatino e ver por mil vezes ou mais sua hipotética utopia sustentada putridamente ceder e levar consigo o que nunca houve e ao fazer isso repudiar o esforço da busca por qualquer pequena amostra de felicidade.
Não é mais uma crise,nem mais uma fase, é como é,querendo querer mas não encontrando quem faça crer que querer seja melhor que ceder ao frio coração que já sutilmente bate em busca do ultimo pulsar.
E não adianta brigar,lutar em vão só cria esperanças de como poderia ter sido mas não foi.E porque não foi?Seria falta de merecimento? Punição? Não há resposta e se houvesse não haveria de me consolar,pois a cada gota de mel que se prova são dez de fel que contra partem meus lábios e corroem minha boca pra sempre ali seu sabor ficar.
Não tenho idade para sofrer assim, e não é mais apenas um coração partido, minha alma já não descansaria em paz se partisse pra qualquer outro lugar que fosse,  minhas cicatrizes são eternas e já não podem mais disfarçarem-se em meio a tanto sangue que jorra já sem nenhuma contenção.      
E por quê viver tudo o que já viveu se o que ainda irá viver não é certeza de compensação, se por enquanto ainda é melhor viver no inferno do que servir no céu? Não há o que se fazer e se nada se fazer ainda mais dor será sentida e ainda sem nenhuma recompensa aparente sinto-me num barco sem volta e sem condições de pular fora antes de me deparar como uma corredeira ainda maior do que a qual que me encontro agora.

ARTHUR

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