Se eu disse para que carregasse, seja ao menos cuidadosa, traga à superfície aquilo que por tempos eu mantive submerso, assegurado como o tesouro de alguém que ama com receio, que teme por si próprio, que estuda o sobrar das palavras antes de mergulhar em devaneios com finais felizes.
E quando a induzi a sentir, apenas tornava pública minha necessidade de ti, e quando digo tornar público, não me refiro a espectadores ou críticos, pois destranco aquilo e sou diante de mim mesmo, e como já disse, tenho medo, não por você, mas pelo tesouro que sempre guardei.
O cúmulo do narcisismo intitular é sua pobre individualidade como algo raro, credo de ficção, insegurança pura, inocente, terminal, ou melhor, real. Como em dito popular, cada passo é dado separadamente, mas sincronizados com sua presença, que desperta essa curiosa vontade de escrever, transformar em uma pequena representação de arte, aquilo que minhas palavras se confundem, e por timidez, preferem manter ainda longe do seu alcance.
Sim, são novatas as minhas construções, mas ninguém há de dizer que são vazias, tem significado, meu, seu e por fim, nosso; e permaneço apreensivo, nessa caminhada serena, tão disposto quanto perplexo, e que me permita a felicidade de errar, e suceder da maneira mais cavalheira que for capaz, para concluir, ainda não preparado para o desfecho que queria, mais por você do que por mim, tudo isso é senão, nada além de bárbaro.
RICHARD CARBONI
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